Mariângela Bezerra – Primeira mulher a presidir o GGTIC-CE

Imagem da Presidente da GGTIC CE

Mariângela Bezerra: primeira mulher a presidir o GGTIC-CE

“Tenho consciência da estranheza do fato de eu ser uma mulher liderando um grupo de tecnologia”
É a primeira vez na história do GGTIC-CE que uma mulher assume a presidência do grupo. O fato marca um avanço, principalmente em se tratando do universo da tecnologia que, ainda é, prioritariamente masculino. Mariângela Bezerra tem clara consciência da estranheza de liderar um grupo de tecnologia, mas sabe que, assim como sempre foi em toda a sua trajetória profissional, é um movimento natural e independente de qualquer coisa, vai deixar a sua marca. Conversamos com ela sobre planos para a gestão e sobre outros assunto. Confira!
Quais foram os principais desafios que você enfrentou em sua trajetória até se tornar a primeira mulher presidente do GGTIC-CE?
Na minha cabeça acontece tudo de uma forma muito natural, independentemente de ser mulher. Eu, desde sempre, gostei de me envolver e fazer a diferença por onde passo, com uma pegada de liderança e de querer melhorar os ambientes que compartilho. Eu já fazia parte do GGTIC-CE e sempre achei muito estranho o número reduzido de mulheres associadas. É, historicamente um grupo em sua maioria masculino, mas isso sempre foi pra mim algo natural. Desde a faculdade e todas as equipes que passei, a realidade sempre foi essa! Acho que, por ter passado muito anos trabalhando na área de Infraestrutura de TI, me acostumei muito com nominado masculino! Você conta nos dedos o número de mulheres. Assim, eu convivo tranquilamente com isso. Na minha cabeça, essa diferença não existe, mas tenho consciência da estranheza do fato de eu ser uma mulher liderando um grupo de tecnologia.
Como você pretende incentivar a participação de mais mulheres no GGTIC-CE?
Esse movimento é uma bandeira minha há muito tempo, desde a época que estive envolvida na diretoria e presidência do PMI Ceará, quando percebi uma participação de menos de 20% das mulheres gerentes de projeto. E agora, percebo que temos conseguido algumas vitórias ao longo da jornada, sempre convidando mulheres gestoras de TI para o grupo. Algumas já vieram e são associadas, outras saíram do grupo por terem ido morar fora do Ceará.
Quais são as suas ideias e planos para levar a entidade a um novo patamar?
O propósito que sempre discutimos nas muitas reuniões de planejamento com a equipe, é sempre na linha de avaliar o que está bom para manter, analisar o que não está funcionando e decidir entre encerrar ou ressignificar. Nossa proposta é muito balizada nesses pilares. Outro aspecto é investir em experiências valiosas para os associados. O nosso plano é o de levar o grupo para “outro patamar”, é investir em ações voltadas ao desenvolvimento dos associados. Não como técnicos, pois nisso eles já são muito bons – tanto que já estão em cargos de liderança nas empresas em que atuam. O investimento que defendemos e que vamos colocar em prática é, principalmente nos eventos de capacitação para trazer discussões mais atuais. E assim, elevar o nível dos associados, tirando um pouco do “tecniquês” em direção a uma mentalidade mais executiva e mais intelectual e de alto nível.
Quais são os principais projetos e iniciativas que a entidade está desenvolvendo atualmente?
O principal projeto da nossa gestão é a 10ª edição do CIO Meeting. Uma edição comemorativa, diferente dos anos anteriores com algumas inovações para fazer desse, um evento inesquecível. Temos também outros projetos interessantes na área de ESG, inclusive com parcerias super importantes já firmadas para fortalecer e evoluir o Projeto InfoMeiMei, que já vem sendo desenvolvido há algum tempo. Um terceiro ponto são as capacitações para os associados.
Tem alguma capacitação prevista para esse ano?
Sim. Firmamos uma parceria com a Universidade de Cambridge (Inglaterra) e no próximo mês de setembro iremos iniciar um treinamento internacional, de forma online com o objetivo de possibilitar a participação de um número maior de associados. Em outros momentos, foram feitas capacitações internacionais in loco, mas como nosso objetivo é incluir mais gente, esta formação será online. Já temos outra sendo desenhada para no próximo ano irmos para a Europa.
Quais são as suas expectativas para a sua gestão?
Eu gostaria que fosse uma gestão que marcasse um movimento de mudança de pensamento do grupo. Onde conseguíssemos capacitar os gestores e ajudá-los a estar mais preparados para o mercado, através das capacitações, do mentoring, e de eventos com conteúdo relevante. Desejo desenvolver uma gestão mais participativa – inclusive vamos iniciar a gestão com a mudança no Estatuto que não tem alteração há quase 8 anos. Enfim, a expectativa é que seja uma gestão marcada pela renovação, transparência, ajuste de coisas que precisam ser ajustadas e que aconteça de forma colaborativa e participativa, pois é forma que acredito termos melhores resultados.
Como a entidade pode colaborar para reduzir a exclusão digital e fomentar a democratização do acesso à tecnologia, principalmente entre mulheres?
Espero que através das nossas iniciativas de ESG possamos causar um impacto maior na sociedade como um todo, principalmente no que se refere aos jovens. Para mim, o mais importante é que essa inclusão possa propiciar mais espaço para as jovens mulheres também. Quem sabe, se com o exemplo de uma gestora com presidente mulher, isso as incentive. Espero que nos projetos sociais em que atuamos a gente tenha uma presença feminina maior.